Dispraxia e a habilidade de imitação motora no autismo – Por Ana Paula Ferreira Costa

autOs terapeutas pediátricos sabem que a práxis é um termo amplo que envolve a capacidade da criança de conceituar, organizar e direcionar ações intencionais desconhecidas. A práxis tem sido descrita como uma ponte entre cognição e ação. A práxis permite que as crianças planejem e executem habilidades motoras de maneira refinada e eficiente, possibilitando, assim, o cumprimento ideal dos papéis de vida infantil.

A dispraxia tem sido descrita como um distúrbio no processamento de informações sensoriais e na sua utilização para programar ações motoras. Uma criança com problemas de praxia pode ter dificuldades para aprender novas tarefas motoras e, em seguida, generalizar esse aprendizado para novos ambientes. Em crianças pequenas, a falta de flexibilidade e criatividade são fortes indicadores de dispraxia. As crianças pequenas encontram constantemente novas situações que exigem práxis, aquelas com excelente práxis serão mais inventivas em seus ambientes diários e de brincar.

Uma criança com dispraxia pode apresentar disfunção nas áreas motora grossa, motora fina e/ou motora oral.

Os sinais de dispraxia podem incluir:

  • Atraso nos marcos motores, como rolar, sentar, engatinhar, andar e correr.
  • Propensão a tropeços, quedas e a esbarrar em pessoas e objetos.
  • Tendência em quebrar objetos/brinquedos sem querer.
  • Habilidade diminuída usando utensílios.
  • Problemas com manipulação construtiva, como usar tesouras, blocos de encaixe e contas. Pouca destreza manual.
  • Má organização do espaço pessoal.
  • Dificuldade em imitar posturas ou movimentos simples.
  • Tendência em pegar a mão de um adulto para realizar a(s) ação(ões) necessária(s), como se a maõ dele fosse mais eficaz.

A dispraxia pode ocorrer em crianças com atrasos no desenvolvimento, incluindo o autismo. Sabe-se que crianças com TEA apresentam deficiências nas habilidades gerais de imitação. Observa-se que muitas dessas crianças apresentam uma gama estreita de esquemas motores que podem resultar em movimentos altamente habituais e repetitivos. Isso, é claro, pode realmente restringir sua capacidade de se envolver em seu ambiente.

A imitação, uma parte da práxis, é importante no desenvolvimento das relações interpessoais. Isso inclui empatia, compartilhamento e comunicação não verbal. Assim, ao desenvolver a práxis de uma criança, não só haverá progresso nas habilidades motoras adaptativas, mas também nas suas habilidades sociais.

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