A formação da autoestima na criança – Por Cláudia Facchin
Durante o processo de educação dos nossos filhos, nossas intenções são as melhores, mas não podemos esquecer que nossos relacionamentos estarão sempre permeados pelos nossos próprios conflitos.
As crianças, desde muito cedo, são capazes de observar e repetir com grande eficiência o comportamento dos pais. Não raro, observamos os pais dizendo: “não sei onde esse menino aprendeu isso”. Se espantam com o reflexo do próprio comportamento denunciado pelo filho, e não se dão conta disso.
As vezes o excesso de preocupação e zelo refletem um elevado grau de ansiedade dos pais e se transformam num tormento mútuo para o adulto e para a criança. Pais irritados as vezes não medem suas palavras e atitudes ao repreenderem seus filhos e ouvimos frases como estas: “será que você não aprende nunca? ”; “você é surda? ”; quando provavelmente o que eles realmente pensam é “eu tenho medo de que você se machuque ou morra e eu não suportaria ficar sem você”. Com essa atitude agressiva, acabam reforçando o sentimento de fragilidade da criança e criam percepções negativas de suas habilidades e capacidades.
As crianças são naturalmente curiosas e apresentam-se completamente abertas diante dos desafios que a vida lhes traz. Estão sempre dispostas a experimentar e consequentemente a aprender. Deduzimos que sua autoestima é elevada e seria necessário, portanto, muito pouco esforço por parte do adulto para reforçá-la.
Entretanto, quando os pais passam mensagens ambíguas como as descritas acima, começam a aflorar sentimentos de inadequação e rejeição na criança que passa a questionar suas habilidades e se retrai diante do que era natural para ela. Se recebe mais críticas do que elogios, se não é incentivada a continuar, se não recebe atenção pelos seus progressos é possível que passe a se ver como incapaz e com isso tenha sua espontaneidade e capacidade criativa diminuídas.
Realmente não é simples encontrar uma medida exata no processo de educação, mas devemos lembrar como foi difícil identificarmos nossas próprias capacidades e como as atitudes de nossos pais nos influenciaram. Na dúvida, use o bom senso e tome atitudes sensatas.